8 Perguntas a: André Matos

É verdade que o teu sonho sempre foi envergar a camisola do Cernache?
AM- Não, nunca tive esse sonho. Um dos meus sonhos na modalidade era jogar na equipa sénior da Académica e que consegui realizar, o outro é poder contribuir para a subida à primeira divisão e jogar ao mais alto nível nesta instituição.
Aproveito Sousa para te dizer, já que falas nisso, que quando sai do Instituto recebi uma proposta do Cernache. A forma como fui abordado foi fantástica e muito sincera para um projecto muito coerente e realista e como tal é um Clube que tenho em muito boa conta e que está muito bem orientado.

A tua referência na modalidade?
AM- Quando comecei a jogar futsal ainda era um miúdo e a modalidade dava os seus primeiros passos. As únicas vivências que tinha era poder estar perto da equipa sénior do meu clube e onde os treinos e jogos desse escalão eram vividos muito de perto. Como tal, nessa época as minhas referências só podiam ser dessa equipa. O João Filipe e o Miguel Tente eram dois jogadores que eu admirava e com quem me identificava. O primeiro tenho o privilégio de poder jogar com ele, o segundo transmite todo o seu conhecimento como treinador.
Outro jogador que admiro pela sua disponibilidade, influência e postura perante a equipa é o Bibi do Sporting que é, na minha opinião, um jogador completo.

Quais os 3 treinadores com quem aprendeste mais em toda a tua carreira? Coloca-os por ordem decrescente de influência nas tuas competências de hoje enquanto jogador de futsal. Sem graxas. AM- Tive três treinadores até hoje. O Nuno Ponce Leão que me trouxe para a modalidade e me ensinou as bases, acompanhando-me nos primeiros toques na bola, o Adil Amarante que apostou em mim no meu primeiro ano de sénior e confiou nas minhas capacidades para jogar ao mais alto nível e por fim o Professor Francisco Batista que me proporcionou momentos únicos com a subida à segunda divisão nacional.Aprendi com os três e todos foram e são preponderantes na minha evolução como jogador e como pessoa e tenho um enorme apreço por todos. Não consigo diferenciar os três pois na fase em que me acompanharam tiveram sempre lá para me ajudar…

Que projectos para o futuro tens como jogador? E mais tarde, fora das 4 linhas, tens algum?
AM- Tal como disse antes ambiciono jogar na Académica ao mais alto nível, ou seja, na primeira divisão. Fora das quatro linhas gostava muito de poder transmitir tudo o que aprendi a outros, como treinador de futsal.

Como acompanhas a evolução do teu irmão? Que conselhos lhe dás para ser ainda melhor?
AM- O meu irmão é um jogador fantástico e muito inteligente. Tem evoluído e aprendido muito com algumas vivências e injustiças que tem sido alvo durante a sua carreira desportiva. Necessita ter os níveis de confiança elevados para que possa explanar todo o seu futsal. Não lhe vou dar conselhos, pois muitas das vezes sou eu que aprendo com ele, no entanto, deixo-lhe uma palavra, acredita nas tuas capacidades e sê persistente.

Queres explicar de uma vez por todas porque saíste do pombal depois de seres um dos jogadores mais utilizados na época anterior.
AM- Explicar não consigo, pois até hoje ainda ninguém me deu um motivo ou uma palavra em relação ao sucedido, mas, posso contar como se passou…
Depois de no primeiro treino o Director Victor ter lido um papel, elaborado pela equipa técnica com o nome dos jogadores que iriam fazer parte do plantel para essa época, no qual constava o meu nome, a equipa fez uma pré época muito positiva, correndo-me esta muito bem. Precisamente no último jogo de treino em casa e a uma semana de começar o campeonato, o treinador Adil Amarante e o treinador adjunto Tó Coelho chamaram-me ao balneário deparando-me então com uma situação inédita e muito frustrante. Foi-me dito que o presidente tinha ordenado sem qualquer explicação que eu fosse dispensado do clube.
Fiquei chocado, indignado e triste e a única mágoa que guardo é a de até hoje não me ter sido dada qualquer explicação.A vida continuou e hoje acredito que “Deus escreve certo por linhas tortas”.

Um jogador com quem tenhas gostado mais de jogar; é verdade que tudo o que sabes na bola aprendeste com o teu pai?
AM-Dou-te vários exemplos:
O Rogério Vilela e o João Filipe, foram dois jogadores que conseguiram perceber a forma de tirar um maior rendimento das minhas capacidades e como tal jogar com eles sempre será especial para mim.
Depois, destaco o Luisinho e o Rui Moreira cujo conhecimento e cumplicidade existente entre os três permite, em certas situações, ter um rendimento superior, pois, jogamos juntos á mais de 10 anos.
Outro jogador que com quem gosto de jogar é o miúdo André Sousa que me transmite grande confiança devido ao seu enorme potencial estando, quanto a mim ao nível dos melhores em Portugal.
Quanto à segunda questão, digo-te já que o meu pai é a primeira pessoa a criticar-me depois de um jogo ou de um treino e essa faceta dele leva-me a querer melhorar todos os dias. Não aprendi tudo com ele, mas, os comportamentos perante algumas adversidades tenho a certeza que sim e sem esses, ninguém, mesmo com qualidade, consegue ter sucesso. Aproveito também esta oportunidade para dizer que tenho muito orgulho no Pai que tenho.

André, és mesmo amigo do Sousa?
AM-Conheço o Sousa há pouco tempo, mas esse tempo já foi mais do que suficiente para perceber que é uma pessoa de bem.
A sua postura para comigo tem sido exemplar e considero-o sim, como um amigo esperando eu que seja recíproco.

Grande Sousa queria agradecer a oportunidade que me deste para dar a conhecer um pouca mais da minha pessoa e dizer que acredito na vossa equipa e que estarei sempre a torcer vocês, pois o vosso sucesso é o do meu irmão também.
Grande abraço.

Respondendo eu ....... Claro que é recíproco.